terça-feira, julho 27, 2004

Viver o passado

Não é para falar de nostalgia, mas hoje visitei um museu no qual não entrava desde criança.
É impressionante como em nosso dia-a-dia passamos por lugares legais, bonitos e que, muitas vezes, têm bastante a nos oferecer.
Mostrando a cidade à Claudine, tive a oportunidade de olhar lugares. Lugares que eu conheço desde que nasci. Por onde muitas pessoas passam diariamente, mas nunca pararam para olhar de verdade. Entrar pela porta e ver o que há dentro. É claro que não podemos invadir a casa de ninguém, mas muitos desses lugares são públicos.
Rever a cidade, sua arquitetura, sua história ou até mesmo simplesmente parar em uma esquina e ver os transeuntes me deu uma idéia diferente do ambiente que via. É como se tudo aquilo fosse um organismo. Cada um com a sua função, com a sua história. Imaginem se todas as paredes pudessem registrar tudo que por ali passou. 
Enquanto o instrutor do museu contava um pouco da história, e meus olhos registravam os artigos expostos eu podia imaginar um pouco do que ali se passou, e dos costumes antigos de lugares por onde passo hoje.
Isto é completamente contrastante com o que observo, enquanto tradicional doce, dos transeuntes na esquina das ruas Quinze de Novembro e Sete de Setembro. As pessoas que vejo têm costumes modernos, vidas, rotinas e roupas completamente diferentes. Todos tão diferentes entre sí e tão parecidos ao mesmo tempo.
Daqui há alguns anos, isto tudo será completamente ultrapassado e eu farei parte da história desse organismo que será contada e imaginada por outros.
Nós somos e vemos muito pouco da linha do tempo.

Comments:
E ao mesmo tempo vemos muito pouco, imaginar a quantidade de história que os lugares tem pra contar, imaginar como as vidas das pessoas são tão diferentes, mas se cruzam constantemente, o que aconteceria se as pessoas agissem diferente, a minha realidade mudaria? Como estará o lugar quando voltarmos...
 
Isso mesmo Didi! É exatamente o que eu sinto.
Bjus
 
Aê Sabrina, tah poética, hein? Brincadeira, gostei pra caramba do seu post, vc tem talento pra escrever! Bjo da Brunão
 
Vocês já pararam na rua (numa calçada qualquer) e dedicaram 2 minutos a simplesmente olhar o que acontecia em volta? Me angustia pensar o quanto somos pequenos e insignificantes. Nós nos preocupamos e nos descabelamos com nossos pequenos probleminhas que às vezes parecem ser o fim de nossas vidas. Mas aí você continua parado, olhando para a rua. Passa uma mulher mais idosa (será que ela tem uns 70 anos?). Uma cara sofrida, postura meio corcunda, cabelos brancos e ralos. Você começa a pensar: nossa! essa mulher trás nas costas uma vida toda de experiências. Ela já se apaixonou por alguém que não se importava, chorou muito, pensou que o mundo iria acabar. Será que já passou fome? Não sei, talvez tenha nascido no sítio, é veja como suas mãos são ásperas. Será que ela ama seu marido? Qtos filhos ela tem? E netos? Ou ela é uma freira que foi obrigada a seguir esse caminho por uma promessa deixando sonhos para trás? Nossa, como ela já deve ter sofrido nessa vida: doenças, dores no coração e na mente...uma infinidade de coisas pelas quais ela já deve vivido. Ela passa por mim, sorri e acena levemente com a cabeça dizendo "Bom dia". Poxa, uma biblioteca de conhecimentos acabou de passar por mim, coisas únicas com as quais eu nunca vou ter contato. Quantas coisas pra aprender e nós não temos oportunidade. Eu queria conversar com ela, ouvir suas histórias, desde as mais engraçadas até as mais tristes e que nos ajudam a crescer. Continuo acompanhando-a com os olhos até a esquina e ela cruza com um gari que vem varrendo a sargeta caminhando na minha direção. Ele canta um pagode, parece alegre, mas será que é feliz? Quantas coisas ele também já deve ter vivido. Meu Deus, mais uma biblioteca que caminha na minha direção, milhões de coisas vão começar a passar novamente pela minha cabeça. Xiiiii.....acabaram os 2 minutos.
 
Amigos! Vamos rir, vamos chorar, vamos curtir nossa fossa, vamos estudar, vamos dormir, vamosser felizes. Vamos viver nossa vida. Não importa qual o sentimento no momento, vamos vivê-lo com a maior intensidade que pudermos. Como diria nosso "querido" professor Tubino: "...é...a fila tá andando..."
 
Marcel...
Vc precisa de alguma coisa? Qualquer coisa?
Vc me deixou com o coração bem apertado, de tão pequenininho que ele ficou.
Ando me sentindo muito em débito com meus amigos. Estou longe. Não posso participar das vidas de vcs... Eu já senti tanta vontade e, atualmente, até necessidade de estar por perto, pra abraçar, comemorar, chorar, dar colo, ouvir, falar, pedir desculpas ...
No sábado de noite estou em casa... Se eu puder audar de alguma forma... (Isso vale para todos os meus queridos amigos!! !)
 
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